12 de ago. de 2018

A Porta Estreita (por Felipe Azevedo)


 ''Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e amplo é o caminho que conduz à destruição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à vida, e são poucos os que a encontram''. (Mateus 7:13-14)

 Como você pode perceber, Jesus fala acerca de duas portas e dois caminhos. Contudo, quero focar no presente, apenas sobre a primeira porta, a quem Ele dá o adjetivo de ''estreita'', e acrescenta dizendo ''conduzir à vida'', e completa dizendo que ''são poucos os que a encontram''. 

 Em primeiro lugar, é preciso dizer que Jesus usa em outro ensino a ilustração de uma porta a qual declara ser Ele mesmo: ''Eu sou a porta'' (João 10:9a), e que portanto, de um modo muito simples, o que Ele está ensinando, é que Ele mesmo e o relacionamento real e vivo com Ele é o acesso para a vida. Em segundo lugar, ao usar a ilustração de uma porta, indica o caráter novo desta vida que Ele veio trazer aos homens, assim como é o acesso através de uma porta à uma nova dimensão, para um ambiente totalmente desconhecido. Agora, o que queria dizer Ele quando diz ser tal porta ''estreita''?   

 Certamente, este elemento é inserido para indicar que esta passagem para a vida que Ele estava apresentando era de difícil acesso, isto é, este relacionamento exigiria certos rompimentos da parte de seus seguidores. Isso é confirmado quando olhamos para o texto paralelo em Lucas 13:24 ''Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão''. Em que sentido, portanto, o homem que quer alcançar a vida deve se ''esforçar'' para atravessar esta porta? Em pelo menos dois:  Em primeiro lugar: ele terá que se arrepender dos pecados que ele já cometeu e abandonar os que ele cultiva - que se apega como um filho - confessando o seu estado culpado diante de Deus. Certamente, este não é o estado que os homens admitam se encontrar a menos que considerem a santidade de Deus, e nem ainda consideram más as suas obras como a Bíblia as declaram ser, contudo, se algum homem deseja atravessar esta porta deverá considerar a tremenda dívida que ele tem para com a Lei de Deus e como o pecado é maligno e hostil à Deus: ''se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis'' (Lc 13:5). E então crer na obra sacrificial de Jesus na cruz como sido realizada devido a seus pecados, e sua justa punição suportada por Ele.  

 Em segundo lugar: ele terá que abandonar a sua justiça própria. E isto consiste no fato de que, os homens não veem motivos para se arrependerem e se voltarem para Cristo, por já possuírem uma suposta ''bondade'', ''caridade'' e outras virtudes que o justificariam diante de Deus, tornando desnecessário se voltarem para Jesus como seu representante diante de Deus. Mas essas justificativas não se sustentam por dois motivos: 1) A justiça que Deus exige é segundo o Seu padrão (que é a perfeição), e homem algum jamais alcançou: ''todos pecaram...'' (Rm 3:23), e 2) Jesus não herdou a corrupção humana, por não ter sido gerado pela semente do homem, mas ter nascido por um milagre divino de uma virgem, o que possibilitou se tornar em tudo semelhante aos homens - mas sem pecado - para viver sob a Lei de Deus de modo perfeito, vencendo a tentação, o pecado e o mundo, se tornando assim o substituto pela vida perfeita que não vivemos e o sacrifício aceitável na morte que merecemos.

 Por fim, podemos ver claramente que a porta é de fato ''estreita'', e tal, que é impossível algum homem passar por ela sem antes deixar o seu amor ao pecado e a sua própria justiça. Contudo, vendo como é precioso este ''acesso'' - o próprio Cristo, que nos conduz à vida, não hesitaremos em deixar tudo neste mundo que impeça de viver para Ele, e de se tornar "um dos poucos que a encontram''!