17 de ago. de 2018

O lençol e a armadura. (por Felipe Azevedo)



''Seguia-o um jovem, coberto unicamente por um lençol, e lançaram-lhe a mão. Mas ele, largando o lençol, fugiu desnudo.'' (Marcos 14:51-52)

''Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.'' (Efésios 6:13)

 Estes dois textos representam duas realidades distintas vistas entre os seguidores de Jesus. A fé cristã, deveras, é um grande desafio para todo o que nela ingressa. E muitas vezes não identificamos esta ''guerra'' na vida de muitos seguidores de Cristo. Analisemos essas duas realidades baseadas nos textos propostos.

  O primeiro texto trata de certo jovem, seguidor de Jesus, presente no momento em que Jesus foi capturado e preso pelos guardas e servos dos escribas e fariseus. Era já início da madrugada, e o jovem se cobria apenas com certo ''lençol''. Sendo agarrado por um dos guardas, ele escapa, deixando o lençol na mão deste. 

Este jovem, figura muito bem os seguidores de Jesus que se ''vestem'' apenas de uma camada muito ínfima do Evangelho. Que seguem a Jesus de longe, pelas ''sombras'', sem um compromisso real, sem uma entrega total à Ele. Que andam à procura de um relacionamento superficial, raso. De um Evangelho que agrade à carne, não confronte o pecado, massageie o ego humano, alimente a vaidade, ''light'' - que não gera a salvação. Estes, quando são ''agarrados'' por estarem seguindo Jesus, quando forem confrontados para ''responder a todo aquele que pedir a razão da fé que há em nós''(1 Pedro 3:15), estarão prontos para negarem a Cristo, para abandonarem a fé, para entrar na ''roda dos escarnecedores'' - para o deixarem como o lençol. A verdadeira fé, a fé salvífica em Jesus, ensinada por Ele, e por seus apóstolos posteriormente, conduz o pecador e infiel ao arrependimento e à fé - à Cristo! 

''Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento'' (Lucas 5:32); ''Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.'' (Lucas 9:23).

  O segundo. O apóstolo Paulo está preso em Roma. Da cela, escreve esta carta para a igreja em Éfeso. Paulo tem diante de seus olhos um soldado romano. E da vestimenta deste soldado, ele tira uma ilustração para encorajar os crentes ao combate da fé em Cristo, ''mais preciosa do que o outro purificado pelo fogo''(1 Pedro 1:7). 

Em primeiro lugar, uma armadura levava um tempo considerável para ser vestida, e consequentemente para ser tirada. Assim o Evangelho deve em nós ser ''investido'', a fé genuína não é algo do qual o crente se despe facilmente. Aliás, a deserção de verdadeiros crentes é muito difícil, e não o contrário. A apostasia é tratada com muita seriedade na Bíblia e não há bases sólidas para afirmar que o crente genuíno abandona e volta para Cristo por qualquer motivo e com frequência. Não estou falando neste caso sobre ser impecável, mas sim do relacionamento real e vivo com Jesus, o que inclui uma vida digna do Evangelho, e o arrependimento sempre que falhamos. 

Em segundo, somos revestidos com a armadura de Deus para lutar. Esta é uma marca distinta do seguidor genuíno de Jesus. Ele está em combate. Nós fomos alistados para uma guerra, fomos revestido de uma armadura, e nossos inimigos são violentos e implacáveis. O pecado, o mundo e o diabo são inimigos poderosos e terríveis. Mas a verdade mais gloriosa sobre esta guerra é: nosso Capitão é Jesus! Nossa vitória está garantida! Glória a Deus! Ele venceu o pecado, o mundo e Satanás - nEle temos a vitória! Portanto, meu amado crente, fique firme na batalha, lute pela fé. Na oração, com espada do Espírito que é a Palavra. Não desista. Após a cruz vem a ressurreição. Não temos aqui cidade permanente, a nossa pátria está no Céu!
 
Mas a todos que não encontraram o descanso em Jesus Cristo, não esperem mais. Ele ainda perdoa pecados. Ainda recebe todos os que, arrependidos, creem em Seu Nome. Se entregue totalmente e receba vida!