"Como príncipe lutaste com Deus" (Gn 32:28)
Quando Jacó prevaleceu com
Deus, não tinha mais motivo algum para temer a Esaú. Era o poder de um único
indivíduo, revelado em momentos de profunda aflição: quão maior poder se
encontrará onde dois ou três concordarem em oração!
I – O QUE ESSE PODER NÃO
PODE SER
a) Não pode ser mágico. Alguns parecem
imaginar que as orações são encantamentos, mas isso é inútil (Mt 6:7)
Não pode ser louvável.
Não pode ser independente. Deve ser dado
pelo Senhor.
II – DONDE PROCEDE ESSE
PODER
a) Provém da natureza do Senhor: Sua bondade
e ternura são excitadas pela visão de nossa tristeza e franqueza. Um soldado
que estava prestes a matar uma criança, pôs de lado sua arma, quando o
pequenino gritou: "Não me mate; sou tão pequeno".
b) Procede da promessa de Deus. Em sua
aliança, no evangelho e na Palavra, o Senhor se liga com grilhões àqueles que
sabem como pleitear sua verdade e fidelidade.
c)
Brota dos relacionamentos da graça. Um pai, certamente ouvirá os próprios filhos.
d) Surge de atos prévios do Senhor. A
escolha que ele faz de seu povo, é um poder diante dele visto que ele não muda
seus propósitos.
III – COMO PODE SER ELE
EXERCIDO
a) Deve haver profundo censo de franqueza (2
Co 12:10)
b) Deve haver fé simples na bondade do Senhor
(Jó 14:12)
A fé pisa o mundo e o inferno;
Ela vence a morte e o desespero;
E o que é ainda mais estranho dizer: ela
vence o céu pela oração.
c) Deve haver obediência séria à sua vontade
(Jó 9:31)
d) O coração inteiro deve ser derramado (Os
12:4)
IV – QUAL USO PODE SER
DADO A ESSE PODER
a) Para nós mesmos.
Para nosso próprio livramento de alguma
provação.
Para nosso consolo futuro, força e
crescimento, quando, à semelhança de Jacó, formos sujeitos a provas sucessivas.
b) Para outros.
A esposa e os filhos de Jacó foram
preservados, e o coração de Esaú foi abrandado.
Em outros casos, Abraão, Jó, Moisés,
Samuel, Paulo, etc. lutaram com Deus pelo bem de outros.
Quão terrível é não poder lutar com Deus,
mas combater contra ele com nossos frágeis braços!
Jacó, embora homem, um
homem só, viajante, cansado, sim, embora um verme facilmente esmagado e pisado
sob os pés, e não homem (Is 41:14), entretanto, na oração em particular,
mostrou-se tão potente que venceu ao Deus onipotente: ele é tão poderoso que
vence o Todo-Poderoso (Thomas Brooks).
Quantas vezes tenho visto
uma criança lançar os braços em torno do pescoço de seu pai, e conquistar por
meio de beijos e importunações e lágrimas o que havia sido recusado. Quem já
não se rendeu à importunação, mesmo quando um animal irracional olha para nossa
face com súplices, pedindo alimento? É Deus menos compassivo que nós? (Dr.
Guthrie)
Esta é a chave que tem aberto, e depois fechado, o céu. Ela tem vencido exércitos poderosos, tem desvendado segredos tais que ultrapassam a habilidade do próprio diabo em descobrir. Ela tem sufocado planos desesperados no próprio ventre onde foram concebidos, e tem feito recair sobre os próprios inventores aqueles engenhos de crueldade, preparados contra os santos, de sorte que estes herdaram os patíbulos que erigiram para nós outros. Ao golpe da oração, as portas da prisão se têm aberto, as sepulturas têm devolvido seus mortos, e o leviatã do mar, incapaz de digerir a sua presa, teve de vomitá-la (W. Gurnall)
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