7 de mar. de 2020

A Esperança. (R. C. Sproul)


Há muitas coisas neste mundo pelas quais "esperamos". Esperamos receber um aumento salarial. Esperamos que nosso time favorito vença o campeonato. Este tipo de esperança expressa nossos desejos pessoais quanto ao futuro. Temos esperança concernente a coisas incertas. Não sabemos se nossos desejos se realizarão, mas matemos a esperança que sim.

Quando a Bíblia fala de esperança, ela tem em vista algo diferente. A esperança bíblica de uma firme convicção de que as promessas de Deus para o futuro se cumprirão. A esperança não é uma projeção de desejos, mas um certeza de que acontecerá. "A qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu." (Hb 6.19).

A esperança é colocada junto com a fé e o amor como uma das virtudes cristãs que o apóstolo Paulo apresenta em 1 Coríntios 13.13. Esperança é fé direcionada para o futuro.

A Bíblia fala da esperança de duas maneiras. O uso menos comum aponta para o objeto da nossa esperança. Cristo é a nossa esperança de vida eterna. O uso mais comum é quanto a uma atitude de certeza com respeito ao cumprimento das promessas de Deus. O cristão é chamado à esperança, isto é, para a plena certeza da ressurreição do povo de Deus e a vinda do Reino de Deus. A esperança está ligada de forma inseparável à escatologia.

Paulo lembra aos cristãos que até que o Reino venha em sua plenitude, os crentes só podem ter uma esperança assegurada; devem "andar por fé e não pelo que vemos" (2 Co 5.7). Esta esperança não é infundada. Embora vida do cristão seja marcada mais pelo sofrimento do que pelo triunfo (1 Co 4.8-13; 2 Co 4.7-18), o fundamento da esperança está na Deidade.

Primeiro, o crente olha para a morte e a ressurreição de Cristo. Sua morte representou o momento mais tenebroso para seus discípulos. O Messias prometido estava morto e seu Reino aparentemente perdido. Com a Ressurreição, o desespero transformou-se em esperança. Junto com o sofrimento, seja grande ou pequeno, a esperança do cristão deve prevalecer. Deus é sempre suficiente e fiel.

Segundo, o crente tem o Espírito Santo como penhor do Reino. Sua presença nos dá a certeza de que o reino será plenamente consumado. O Espírito não só é um sinal para a esperança, mas também o sustentáculo da esperança. Ele cumpre o papel de Consolador, cingindo o crente de esperança e força. É o Espírito que encoraja o crente a orar ao Pai: " Venha o teu Reino".