31 de mar. de 2020
A Oliveira fiel. (C. h. Spurgeon)
"Porém a oliveira lhes respondeu: Deixaria eu o meu óleo, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores?" (Jz 9:9)
As árvores estavam sob o governo de Deus, e não queriam rei; mas nesta fábula. elas "se foram", e desse modo renunciaram a seu verdadeiro lugar. Então, procuraram ser iguais aos homens, esquecidas de que Deus não as fizera, a fim de se conformarem a uma raça decaída. Revoltando-se, elas se esforçaram por aliciar as melhores, que haviam permanecido fiéis.
I - AS PROMOÇÕES APARENTES NÃO DEVEM ATRAIR-NOS
a) A pergunta a ser feita é: Deixaria eu?
A ênfase deve recair sobre o pronome 'eu'. Deixaria eu? Se Deus me deu dons peculiares ou graça especial, é para que eu passe a brincar com esse dons? Deveria eu abrir mão deles, a fim de obter honra para mim mesmo? (Ne 6:11). Uma posição mas elevada pode parecer desejável, mas seria certo obtê-la a tal custo? (Jr 45:5).
Posso esperar a benção de Deus sobre trabalho tão estranho? Formule a pergunta no caso de riqueza, honra, poder, que são postos diante de nós. Deveríamos agarrar-nos a eles, com risco de viver menos em paz, de sermos menos santos, menos dados à oração, menos úteis?
II - NÃO SE DEVE BRINCAR COM AS VANTAGENS REAIS
A maior vantagem da vida é ser útil, tanto para Deus como para os homens. "Por mim elas horam a Deus e ao homem". Devemos prezar esse alto privilégio de todo o coração.
Também podemos opor-nos ás tentações, refletindo que a perspectiva é surpreendente. "Deixaria eu o meu óleo?" Para uma oliveira fazer isto seria desnatural: para um crente deixar a vida santa seria pior (Jó 6:68)
O retrospecto seria terrível - "deixar o meu óleo". O que deve significar deixar a graça, a verdade, a santidade de Cristo? Lembre-se de Judas.
Tudo terminaria em desapontamento, pois nada poderia compensar a perda do Senhor. Tudo o mais é morte (Jr 17:13)
III - DEVE-SE TIRAR PROVEITO DA TENTAÇÃO
a) Aprofundemos mais a raiz. A mera sugestão para deixar nosso óleo deveria fazer que nos agarrássemos mais depressa a ele. Sintamo-nos mais contentes, e falemos mais carinhosamente de nosso estado de graça, para que ninguém ouse seduzir-nos. Quando Satanás nos vê firmados de modo feliz, tem menos esperança de derrotar-nos.
Muitos, com o fito de obter salário mais elevado, têm deixado o companheirismo santo e oportunidades sagradas de ouvir a Palavra e crescer em graça. Tais pessoas são tolas como os pobres índios, que deram ouro aos espanhóis, em troca de miçangas. As riquezas obtidas com o empobrecimento de alma sempre constituem maldição. Aumentar os negócios de sorte que não possam comparecer aos cultos é tonar-se realmente mais pobres; abrir mão do prazer celestial e, em troca, receber cuidados terreais é uma lamentável variedade de comércio (George Herbert).
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