27 de fev. de 2020

As cidades refúgio. (Prof. Anísio Renato de Andrade)

O Velho Testamento nos causa admiração por diversas razões, mas, particularmente, devido à existência de leis, costumes e circunstâncias culturais muito diferentes das que vivemos agora. É o caso das "cidades refúgio", as quais eram 6 cidades previamente escolhidas, para as quais um assassino acidental poderia fugir e obter acolhimento (Nm.35.6).

Esta determinação constava da lei ditada por Deus a Moisés. Vemos, nessa questão, a providência divina pra proteger aqueles que matassem alguém por acidente. Entretanto, o assassino intencional não teria direito à proteção das cidades refúgio. Ele seria morto pelo seu crime.

Ao estudarmos as histórias bíblicas, principalmente as do Velho Testamento, precisamos vislumbrar o que elas têm em comum com a nossa realidade. Hoje, um homicida não tem um lugar determinado para onde possa fugir e ficar legalmente protegido. Entretanto, todos nós somos originalmente culpados diante de Deus, ainda que não sejamos homicidas. 

"Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm.3.23). 

Nossa culpa nos induz à fuga. Nossa natureza nos diz: "Fuja!" Para onde fugiremos? Muitos procuram argumentos racionais, filosóficos e etc. para justificarem seus erros e pecados. Este é o lugar de fuga que escolheram. Outros optam por negar o erro cometido. Existem ainda aqueles que culpam outra pessoa. Cada um foge em uma direção. Quando Caim matou seu irmão, sua ação seguinte foi fugir da presença do Senhor. E nós, para onde fugiremos? Como escaparemos do castigo pelas nossas faltas? A Bíblia diz: 

"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará." (Sl.91.1). 

Ao contrário do que fez Caim, devemos correr em direção a Deus, e não correr de Deus. O salmista Davi escreveu: "O Senhor é o nosso refúgio e fortaleza" (Salmo 46.1). "Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento." (Salmo 32.7). Aleluia!

O próprio Deus, através da obra redentora de Cristo, providenciou o nosso refúgio, nossa cidade forte, que é o fato de estarmos acolhidos debaixo da sua graça e da sua misericórdia. Devemos estar escondidos em Cristo, justificados, não por nossas explicações humanas, mas pelo sangue do Cordeiro. Esse esconderijo não é um covil, de onde se planeja sair para cometer outros erros. De modo nenhum; mas é o lugar de segurança de todos aqueles que se arrependeram e querem acertar.


"Filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." (I Jo.2.1).