26 de fev. de 2020

Quando a glória se manifesta. (por Felipe Azevedo)



  "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!" (Is 6:1-5)

  Graça e paz a todos os amados irmãos e amigos leitores do Blog. Que Deus em Cristo nos enriqueça mais uma vez pela reflexão da Sua palavra.
 
  Queridos, nessa oportunidade quero falar um pouco a respeito da manifestação da glória de Deus. Usando como base o texto acima, em que o profeta Isaías tem uma poderosa, maravilhosa e porque não dizer terrível revelação do Senhor, o Deus Todo-Poderoso. Vamos pensar um pouco a respeito das características e dos resultados de uma verdadeira manifestação da glória de Deus.

  Em primeiro lugar quero destacar que a manifestação da glória de Deus sempre terá como característica essencial revelar a majestade de Deus e sua grandeza. Veja que o profeta começa seu relato da visão que teve, falando sobre o tempo em que ela ocorreu: "no ano em que morreu o rei Uzias". Uzias foi um piedoso rei em Judá. Ele também era chamado de Azarias (2 Re 15:1). Foi um dos reis que governou por mais tempo em Judá - 52 anos. Em seus dias, o reino experimentou alguns dos seus melhores anos em diversos aspectos: econômico, tecnológico e social (2 Cr 26:9-15). Contudo, com um final muito triste ele termina a sua vida e seu governo. A Bíblia diz que 

  "..havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso." (2 Cr 26:16)

  Esta era uma função dos sacerdotes eleitos por Deus. E a Bíblia vai dizer que Deus o feriu com lepra até o dia de sua morte. Isaías estava iniciando o seu ministério no ano em que Uzias morre, e o trono de Judá estava sendo ocupado por outro homem. A expectativa sempre era grande com relação a este tipo de mudança. Mas a mensagem que Deus estava passando ao profeta era a seguinte: "Na terra os reis vem e vão. Governos começam bem e terminam tragicamente. Mas no céu o trono jamais estará desocupado. O meu governo e autoridade jamais passarão!" Glória a Deus, pois Ele não muda e jamais perde o controle sobre tudo e todos.

"Reina o SENHOR. Revestiu-se de majestade; de poder se revestiu o SENHOR e se cingiu. Firmou o mundo, que não vacila. Desde a antiguidade, está firme o teu trono; tu és desde a eternidade." (Sl 93:1-2)

"Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre." (Hb 13:8)
  
  Em segundo lugar, quando Deus manifesta a Sua glória, toda adoração é voltada para Ele. Veja que na visão o profeta vê anjos em um templo cheio deles. Tudo o que os anjos dizem é: "Santo, santo, santo é o SENHOR". Quando Deus finalmente se manifestar visível e plenamente ao mundo visível, toda idolatria será vista claramente como uma futilidade e afronta contra Deus:

"Traz-se prata batida de Társis e ouro de Ufaz; os ídolos são obra de artífice e de mãos de ourives; azuis e púrpuras são as suas vestes; todos eles são obra de homens hábeis. Mas o SENHOR é verdadeiramente Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação." (Jr 10:9-10)

"Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaceira do seu incêndio, e, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo... Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus" (Ap 18:9-10; 19:1b)

  Em terceiro lugar, a revelação da glória de Deus traz a convicção de pecado aos homens. Mas veja que essa convicção não é do pecado alheio, mas primeiramente é do próprio pecado de cada um. O profeta Isaías, no capítulo anterior anuncia o juízo de Deus sobre diversas classes de pessoas, mas aqui ele vê antes de tudo a si mesmo. Já vi muitas pessoas interpretarem essa passagem como sendo uma correção de Deus na vida do profeta, dizendo: "Quando só apontamos o pecado alheio, Deus se manifesta para revelar o nosso". Não creio que seja esse o caso. Na verdade, o livro de Isaías não está organizado em ordem cronológica, mas sim profética. Ou seja, ele já tinha sido vocacionado como profeta desde o capítulo um. De outra forma, o chamado de Isaías veio depois das mensagens proféticas.

"Sou indigno; que te responderia eu? Ponho a mão na boca. Uma vez falei e não replicarei, aliás, duas vezes, porém não prosseguirei." (Jó 40:4-5)

"Vendo isso, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador." (Lc 5:8)

  Portanto, nenhum homem permanecerá da mesma forma quando a glória de Deus se manifestar. Hoje você pode ver esse manifestação e alcançar a misericórdia através de Jesus Cristo - A expressa imagem do Pai; mas chegará o dia em que todo o que desprezar, o fará para sua própria ruína e perdição.

  Em quarto e último lugar, quando a glória de Deus se revela, traz misericórdia e salvação para uns e juízo e perdição para outros. Tudo irá depender da resposta ao chamado de Deus para a salvação. Veja que nem sempre que Deus se revela é para trazer juízo. Diz a Bíblia que Ele se manifestou para "salvar o seu povo dos seus pecados" (Mt 1:21b), e que seria o Filho de Deus chamado de "Emanuel - Deus conosco". Não é Deus contra nós, é Deus conosco! Aleluia! Ele veio como Cordeiro que tira o pecado do mundo. Creia hoje e seja salvo. Venha ao Pai por meio dele e encontre descanso para sua alma.

  Mas também está escrito que Ele virá segunda vez, não como cordeiro, mas como Leão. Não mais para salvar, mas para julgar. Não para ser pregado em um madeiro pelos homens, mas para assentar no grande Trono Branco e julgar as nações.

"Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com certo de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES." (Ap 19:15-16)