20 de abr. de 2020

O Perdão. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


O perdão é, basicamente, a dispensa do pagamento de uma dívida. Esse é o sentido mais natural e aplica-se no caso em que o devedor não tem como pagar e depende da misericórdia do credor. Logo, o perdão significa que não haverá mais cobrança, nem castigo. A Bíblia estende essa ideia para os pecados, as ofensas, como sendo também dívidas. Nossos pecados contra Deus ou contra outras pessoas, são dívidas espirituais que deveriam ser pagas. O pecado é tudo aquilo que prejudica, ou seja, causa prejuízos de vários tipos (morais, físicos, espirituais, materiais). Seria então necessário reparar esse prejuízo, ou compensá-lo de alguma forma. Aí está a ideia da dívida. Mas, como poderíamos pagar nossa divida diante de Deus? Somos devedores que não têm como pagar. A nossa salvação é que alguém pagou nossa dívida (Colossenses 2.13-14). A morte de Jesus teve exatamente esse objetivo. Como o pecado poderia ser pago? Pela morte do pecador. Porém, Jesus se colocou no lugar dos pecadores e morreu no lugar deles. O que nos resta fazer então? Nada de tentar compensar os pecados através de boas obras, (embora elas devam ser praticadas por outros motivos). Nada de auto-flagelo e penitências. Estaríamos, assim, desprezando a obra de Jesus. O que precisamos é:

1) Reconhecer os nossos pecados.
2) Arrepender. Arrependimento é mudança de rumo. É uma decisão de passar a agir diferente.
3) Confessar os pecados (I João 1.9).
4) Pedir o perdão divino.


Se Deus, tão graciosamente, nos perdoou, devemos também perdoar aqueles que nos ofendem. Se não perdoarmos, também Deus não nos perdoará (Mateus 6.12,14,15). Se Deus é bom para conosco, não podemos ser maus para os nossos irmãos e nem para os nossos inimigos (Mateus 18.15-34 Mateus 5.44-45). Pedro perguntou quantas vezes por dia ele deveria perdoar ao seu irmão. Jesus disse: "setenta vezes sete". Vemos então que não devemos ECONOMIZAR o perdão. A ausência do perdão, a mágoa, o ressentimento, fazem mais mal ao ressentido do que ao que pecou. Manter a mágoa no coração é como segurar uma brasa na mão. O estrago pode ser grande. A falta de perdão, o ódio, pode causar até doenças. Por outro lado, a pessoa que não foi perdoada, fica, de alguma forma, presa espiritualmente.

Como dissemos, não temos como pagar nossa dívida para com Deus. Entretanto, se o nosso pecado contra o irmão envolver um prejuízo material, devemos ressarci-lo, pagar o prejuízo, se isso for possível (Lucas 19.8 Êxodo 22.1). E, assim como pedimos perdão a Deus, devemos também pedir às pessoas ofendidas. Se, porém, o ofendido já tiver falecido, isso não será impedimento para que Deus nos perdoe, desde que haja arrependimento. (Exemplo: Davi e Urias).

Muitas vezes, pode parecer difícil perdoar. O sentimento é difícil de ser controlado, principalmente em caso de pecados graves, em caso de crimes. Porém, o mais importante é a nossa VONTADE e não o nosso sentimento. Reconhecendo que devemos perdoar, devemos orar dizendo: "Senhor, eu perdoo aquela pessoa, em nome de Jesus". Os sentimentos podem não corresponder no momento, mas isso é uma decisão e não uma emoção. Precisamos declarar o perdão. Se perdoarmos em uma atitude de decisão, com o tempo os sentimentos encontrarão os seus devidos lugares.

19 de abr. de 2020

Éfeso: A igreja descuidada. (Warren W. Wiersbe - Comentário Bíblico Expositivo)


Cada uma das sete mensagens começa com uma descrição pessoal ou designação de Jesus Cristo proveniente da visão do Senhor apresentada em Apocalipse 1 (no caso de Éfeso, ver Ap 1:12, 16, 20). A congregação de Éfeso havia tido líderes "estelares" - Paulo, Timóteo e o próprio apóstolo João mas o Senhor lembra seus membros que ele está no controle de seu ministério, colocando as "estrelas" onde lhe convém. Como é fácil a igreja tornar-se orgulhosa e se esquecer de que os pastores e mestres são dádivas de Deus (Ef 4:11) que podem lhe ser tomadas a qualquer momento. Algumas igrejas precisam ser advertidas a adorar ao Senhor, não ao pastor! 

Aprovação (w. 2, 3, 6). Quanta bondade do Senhor começar com essas palavras de elogio! Em primeiro lugar, esta era uma igreja que servia, trabalhando com zelo na obra do Senhor. Sem dúvida, sua agenda semanal era repleta de atividades. Também era uma igreja que se sacrificava, pois o termo "labor" significa "trabalhar até a exaustão". Os cristãos efésios pagavam um preço para servir ao Senhor. Eram uma congregação firme, pois o termo "perseverança" significa "resistência em meio às tribulações". Não desistiam diante da adversidade. 

A igreja de Éfeso era separada, pois examinava com cuidado os ministros que a visitavam (ver 2 ]o 7-11) para determinar se eram verdadeiros. Paulo havia advertido os presbíteros de Éfeso de que falsos mestres surgiriam vindos de fora e até mesmo do meio da igreja (At 20:28-31), e João os havia instruído a "[provar] os espíritos" (1 Jo 4:1-6). A igreja deve estar sempre alerta para detectar e rejeitar os ministros falsos de Satanás (2 Co 11:1-4, 12-15). 

Os cristãos de Éfeso separavam-se não apenas de doutrinas falsas, mas também de obras falsas (Ap 2:6). A forma verbal do termo nicolaita significa "conquistar o povo". Alguns estudiosos da Bíblia acreditam que se tratava de uma seita que "mandava" na igreja, privando o povo de sua liberdade em Cristo (ver 3 Jo 9-11) e que iniciou o que conhecemos hoje como a divisão entre o "clero" e os "leigos", uma falsa divisão não ensinada em parte alguma do Novo Testamento. Todo o povo de Deus é "sacerdócio real" (1 Pe 2:9; Ap 1:6) e tem o mesmo acesso ao Pai por meio do sangue de Jesus Cristo (Hb 10:19 ss). Veremos essa seita perigosa novamente ao estudar a mensagem para a igreja de Pérgamo. 

Os cristãos de Éfeso eram um povo sofredor, que suportava pacientemente seus fardos e labutava sem esmorecer. E faziam tudo isso por amor ao nome do Senhor! Ao examinar essa congregação de vários ângulos diferentes, ela parece perfeita. No entanto, Aquele que estava entre os candeeiros via o coração dos efésios, e, portanto, seu diagnóstico é diferente do nosso. 

Acusação (v. 4). Essa igreja ocupada, separada e disposta a se sacrificar sofria de "problemas amorosos" - os efésios haviam abandonado seu primeiro amor! Apresentavam "obras [...] labor [...] perseverança" (Ap 2:2), mas essas qualidades não eram motivadas pelo amor a Cristo (comparar com 1 Ts 1:3- "da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança"). O que fazemos para o Senhor é importante, mas o motivo pelo qual o fazemos também importa! 

O que é o "primeiro amor"? É a devoção a Cristo que caracteriza, com freqüência, o recém-convertido: fervorosa, pessoal, desinibida, empolgada e demonstrada abertamente. É o amor da "lua-de-mel" de um casal (ver Jr 2:1, 2). Apesar de ser verdade que o amor conjugal maduro torna-se cada vez mais profundo e rico, também é verdade que nunca deve perder a empolgação e o fascínio dos primeiros dias de lua-de-mel. Quando o marido e a esposa deixam de dar o devido valor um ao outro e a vida se torna rotineira, o casamento corre perigo. 

É possível servir, sacrificar-se e sofrer "por causa do meu nome" e, no entanto, não amar Jesus Cristo verdadeiramente! Os cristãos de Éfeso estavam tão ocupados mantendo sua separação que deixaram de lado a adoração. O trabalho não substitui o amor; a pureza não substitui o fervor. A igreja precisa tanto de uma coisa quanto de outra a fim de agradar ao Senhor. 

Ao ler a epístola de Paulo aos efésios, há pelo menos vinte referências ao amor. Também se vê que Paulo enfatiza a posição exaltada do cristão "em Cristo [...] nos lugares celestiais". Mas a igreja de Éfeso havia caído e não vivia à altura de sua posição exaltada em Cristo (Ap 2:5). Só é possível servir a Cristo fielmente amando-o sincera e fervorosamente (Ef 6:24). 

Admoestação (vv. 5-7). O "primeiro amor" pode ser recuperado se forem seguidas as três instruções que Cristo dá. Em primeiro lugar, é necessário lembrar (literalmente, "continuar lembrando") o que foi perdido e cultivar o desejo de restabelecer a comunhão íntima. Em seguida, é preciso arrepender-se - mudar de ideia - e confessar os pecados ao Senhor (1 Jo 1:9). Em terceiro lugar, deve-se voltar à pratica das primeiras obras, o que indica a restauração à comunhão inicial, rompida pelo pecado e pela negligência. Para o cristão, isso significa orar, ler a Bíblia e meditar sobre ela, servir em obediência e adorar. 

Apesar dos privilégios que havia desfrutado, a igreja de Éfeso corria o risco de perder a luz! Por mais correta que seja sua doutrina, a igreja que perde o amor logo perde também a luz. "Venho a ti" (Ap 2:5) não é uma referência à volta de Cristo, mas sim à vinda de seu julgamento naquele momento e naquele lugar. Hoje, a cidade gloriosa de Éfeso não passa de um montão de pedras onde não brilha mais luz alguma. 

Apocalipse 2:7 deixa claro que os cristãos individuais dentro da igreja podem ser fiéis ao Senhor, a despeito das atitudes de outros. Nestas sete mensagens, os "vencedores" não são uma "elite espiritual", mas sim verdadeiros cristãos, cuja fé lhes deu vitória (1 Jo 5:4, 5). O homem pecador foi banido para longe da árvore da vida (Gn 3:22-24), mas, em Cristo, há vida eterna e abundante (Jo 3:16; 10:10). Desfruta-se essa bênção agora, e o será também, mais plenamente, na eternidade (Ap 22:1-5). 

A igreja de Éfeso era uma "igreja descuidada", constituída de cristãos descuidados que negligenciaram o amor por Cristo. Será que não fazemos o mesmo? 

A justiça no reino de Deus. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


A palavra justiça tem várias aplicações. Vamos destacar dois sentidos deste termo que consideramos de grande relevância: Justiça significa retidão, ou seja, característica de algo que corresponde ao padrão. Por exemplo: O que é uma "roupa justa"? É aquela que tem a medida exata. Não falta tecido, nem sobra. Nesse caso , o corpo é o padrão, ou modelo. A justiça diante de Deus é viver de acordo com a vontade dele, sem sobrar nem faltar. Difícil, não é? Entretanto, este é o nosso alvo. Devemos viver buscando "em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça". ( Mt 6.33). Devemos estar sempre buscando agir da melhor forma possível, sem jamais desistir. Nunca devemos achar que o pecado seja uma coisa normal e aceitável.

Outro sentido da palavra justiça é: dar a cada um o que, por direito, lhe cabe. É o que Jesus mandou: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". (Mt. 22.21). Justiça é dar a cada pessoa a recompensa devida pelo seus atos, sejam eles bons ou maus. Recompensar alguém pelos seus atos bons é algo que todos podem fazer (mas raramente fazem). Por outro lado, retribuir a alguém pelos seus atos maus pode ter ainda outros nomes: disciplina, castigo, ou vingança. Em se tratando de convívio social, estamos impedidos, pelas leis civis, de exercer esse tipo de justiça. Esta é uma das principais funções do Estado através do Poder Judiciário.

No âmbito espiritual, esse tipo de justiça é exercido por Deus. Hoje, Sua justiça se manifesta através das conseqüências, boas ou más, que recebemos por nossas ações. Para fechar todas as pendências, a Bíblia nos aponta um dia futuro em que acontecerá o Juízo Final, quando cada um de nós comparecerá diante de Deus para receber a devida recompensa pelos seus atos. Naquele dia, só se salvarão aqueles que tiveram suas injustiças purificadas pelo sangue de Jesus e passaram a viver para a sua glória.

16 de abr. de 2020

Beleza espiritual. (Prof. Anísio Renato de Andrade)



A beleza é uma característica que o ser humano busca e tenta manter. Todos querem apresentar uma boa aparência, ter uma casa bonita, um carro bonito, etc. Um dos requisitos para que algo fique bonito é combinar com outros elementos que o circundam. A mulher quer usar um cinto que combine com a bolsa; um anel que combine com o outro. O homem quer uma camisa que combine com a calça. Se não combinar, não fica bem.

Também na Bíblia encontramos essa preocupação. Porém, com ênfase em outros elementos. Vejamos alguns exemplos:

O louvor combina com aqueles que têm uma vida reta - Salmo 32.11 e 33.1.

Não fica bem um ímpio falando a Palavra de Deus - Salmo 50.16.

Jóia de ouro em focinho de porca não é bonito, assim como não fica bem a beleza física e a loucura reunidas na mesma pessoa - Provérbios 11.22.

Por isso, não se deve dar as coisas santas aos cães, nem as pérolas aos porcos - Mateus 7.6. 

Da mesma forma, não fica bem o jugo desigual, a comunhão da luz com as trevas ou a mistura do santo com o profano. II Coríntios 6.14-18.

A palavra certa combina com o tempo certo, assim como combinam maças de ouro com bandejas de prata - Provérbios 25.11.

Paulo disso que as contendas, as brigas, não convém aos servos de Deus, mas que a mansidão é bem adequada para nós. II Timóteo 2.24.

Em Provérbios 31.4 está escrito: "Não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte". Enquanto que as pessoas comuns podiam beber, os reis e os príncipes não deveriam fazê-lo (apesar de sempre fazerem). O hábito de consumir bebida forte não é nobre. Um rei precisa estar sempre sóbrio, lúcido, para exercer bem as suas atividades. Não fica bem encontrar um rei, ou príncipe, bêbado pelas ruas. Não combina.

Da mesma maneira, nós cristãos somos príncipes, filhos do Rei. Somos nobres. Devemos então examinar nossas ações, nosso modo de falar, nosso modo de viver. O que é bom ou normal para os ímpios nem sempre fica bem para nós. Não combina. Está escrito: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém.." I Coríntios 6.12.

Não fica bem encontrar um cristão caindo pela vida. Somos nobres. Precisamos estar sempre de pé e, se cairmos, que seja de joelhos diante do nosso Deus.

Que o Senhor nos perdoe pelas vezes em que nos esquecemos de nossa linhagem real e que ele nos ajude a viver de modo digno da vocação com que fomos chamados. Esta é uma questão de beleza espiritual.

14 de abr. de 2020

Jesus - A exata expressão do Pai. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


Durante toda a história do Velho Testamento, Deus veio se revelando à humanidade. Foram leis, profecias e fatos históricos que mostraram ao mundo um pouco da personalidade divina. Contudo, Deus é ilimitado e não pode ser plenamente percebido através de palavras ou fatos. Por isso, o Verbo se faz carne (Jo.1.14). Deus tomou forma humana e se apresentou pessoalmente à humanidade. Jesus é a manifestação do próprio Deus com o objetivo de salvar o homem.

O Velho Testamento anuncia a vinda de Cristo. O Novo Testamento apresenta Cristo. Ele deve ser nosso exemplo, o alvo de nossa adoração e o centro de nossa atenção. Não haveremos que consultar os astros, nem fazer orações aos anjos. Não daremos atenção aos santos. Não utilizaremos imagens, nem objetos que representem a divindade. Não precisamos de pirâmides, gnomos, duendes ou amuletos. Tudo isso perde o seu suposto valor diante da grandeza e da suficiência absoluta de Jesus Cristo. Só ele nos conduz ao Pai e à vida eterna.

Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida . Ninguém vem ao Pai senão por mim."(Jo.14.6). Com isso, Cristo anulou completamente a possibilidade de um ecumenismo universal. Qualquer caminho religioso ou filosófico pode levar o homem para o inferno. Só a conversão a Cristo e a obediência à sua vontade podem garantir a entrada no Reino de Deus. Jesus é o nome que está sobre todo nome. Diante dele todo joelho se dobrará e toda língua confessará que ele é o Senhor. Aleluia!

O reino eterno. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


Estamos condicionados ao início e ao fim das coisas. Convivemos com limitações temporais: nascimentos e mortes; inaugurações e encerramentos; estréias e despedidas; etc. Entretanto, a Bíblia nos apresenta um conceito diferente: eternidade. Ela nos diz que Deus é eterno e que o homem, a partir de sua criação, também é eterno. Isso mesmo! Apesar de ter uma vida terrena temporária, o ser humano tem uma alma que jamais deixará de existir. 

Depois de encerrar suas atividades no planeta terra, a alma humana irá, após o Juízo Final, para seu lugar eterno, com Deus ou com o Diabo. Tais afirmativas são fundamentais ao cristianismo. É por causa da eternidade que o evangelho é pregado. A preocupação de Deus não é com a medida de conforto ou posses que porventura tenhamos neste mundo, mas com a nossa condição no "mundo" futuro, no "mundo" eterno.

O reino de Deus, ou o domínio de Deus, não terá fim. Ele reina hoje e continuará a reinar por toda a eternidade. O Senhor nos oferece um lugar de honra no seu reino celestial. No entanto, a escolha pelo reino de Deus significa renúncia aos reinos deste mundo. Se nos apegarmos às coisas terrenas, aos prazeres terrenos, ao ponto de deixarmos de fazer a vontade divina, estaremos abraçando os reinos deste mundo e rejeitando o reino de Deus. 

O próprio Senhor Jesus foi tentado a tomar esta atitude. Satanás lhe mostrou os reinos do mundo e quis fazer um "negócio" com ele, dizendo: "Tudo isso te darei, se, prostrado, me adorares" (Mt. 4.9). Se Jesus se deixasse levar, poderia ganhar toda a glória terrena, mas estaria abandonando sua missão de estabelecer o reino de Deus. Observe, que o Diabo quer nos ver prostrados, caídos, diante dele. Esta não é a posição de um cristão. O Inimigo só nos oferece vantagens passageiras, benefícios ilusórios, vãos e fugazes. O preço desta mísera mercadoria é muito alto: nossa própria alma. Por outro lado, o nosso Deus nos oferece vida eterna, glória eterna e uma posição de honra no seu reino celestial. O preço por tudo isso foi o sangue de Jesus, vertido na cruz do Calvário. Qual será a sua opção ? Rejeite as ofertas de Satanás hoje para não se arrepender por toda a eternidade.

13 de abr. de 2020

O tema preferido de Jesus. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


O Reino de Deus é o tema que envolve o ministério de Cristo, principalmente quando o examinamos nos escritos de Mateus.

- No seu nascimento, Jesus foi chamado, pelos magos, de Rei dos Judeus (Mt.2.2).

- Ao iniciar o seu ministério público, Jesus saiu anunciando o Reino. Ele dizia: "Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos céus" (Mt.4.17). A sua mensagem recebeu o nome de "evangelho do reino" (Mt.4.23 Mt.24.14).

- Quando ensinou os discípulos a orar, Jesus enfatizou o Reino: "Venha o teu reino e seja feita a tua vontade" (Mt.6.10).

- Ao enviar os discípulos em sua primeira missão, Jesus ordenou que este devia ser também o tema de sua mensagem: "Pregai que está próximo o reino dos céus" (Mt.10.7).

- Muitas das parábolas de Jesus tinham o Reino de Deus como ponto central. Em Mateus 13, o Mestre profere diversas parábolas. Cada uma ensina a respeito de um aspecto do reino.

- O próprio governador Pilatos reconheceu que Jesus era o Rei dos judeus, apesar de não ter compreendido o sentido espiritual do Reino (Mt. 27.11).

- No alto da cruz de Cristo foi escrito : "Este é Jesus, o Rei dos Judeus" (Mt. 27.37).

Por quê o Reino de Deus foi o tema preferido de Jesus? Porque este foi o objetivo de sua vinda à terra: estabelecer o Reino de Deus entre os homens. Jesus disse: "Para isso eu nasci e vim ao mundo" (João 18.37). É verdade que Jesus cura, resolve nossos problemas e pode nos dar bênçãos materiais diversas, mas nada disso é o seu objetivo principal. Seu propósito é estabelecer o Reino de Deus em nós e isto é um modo de vida. Viver no Reino é evitar o pecado, é fazer a vontade de Deus. Jesus viveu assim e nos deu o exemplo. Que o Reino de Deus seja também o nosso tema preferido e o objetivo principal das nossas vidas. Para isso nascemos, pelo Reino devemos viver e até por ele morrer, se preciso for.

12 de abr. de 2020

O pequeno começo. (William Barclay)


A planta de mostarda da Palestina é muito diferente da que nós conhecemos. Se queremos ser exatos, a semente de mostarda não é a menor das sementes. A semente do cipreste, por exemplo, é menor. Mas no Oriente a pequenez da semente de mostarda era algo proverbial. Os judeus falavam, por exemplo, de uma gota de sangue tão pequena como um grão de mostarda. Se falavam sobre uma pequena violação da lei cerimonial, referiam-se a uma violação tão pequena como uma semente de mostarda. O próprio Jesus empregou a frase nesse sentido quando comparou a fé a um grão de mostarda (Mateus 17:20). 

Na Palestina, esta pequenina semente de mostarda crescia até transformar-se em algo muito semelhante a uma árvore. Em "The Land and the Book", Thomson escreve: "Na rica pradaria do Akkar vi esta planta alcançar o tamanho do cavalo e seu cavaleiro." "Com a ajuda de meu guia", "arranquei uma verdadeira árvore de mostarda que tinha mais de três metros." 

Nesta parábola não há nenhum exagero. Além disso, era muito comum ver estes arbustos ou árvores de mostarda rodeados por uma nuvem de pássaros, visto que gostam muito das pequenas sementes negras da árvore e posam nela para comê-las. Assim, pois, Jesus disse que seu Reino era como a semente de mostarda, que se transforma em uma árvore. O sentido da parábola é tão claro como a água. O Reino dos céus começa desde o princípio mais ínfimo, mas ninguém sabe onde terminará. Na linguagem do Oriente e no próprio Antigo Testamento, uma das representações mais comuns de um grande império era a imagem de uma árvore muito grande com as nações submetidas simbolizadas por pássaros que procuram repouso e refúgio em seus ramos (Ezequiel 31:6). De maneira que esta parábola nos diz que o Reino dos céus começa do menor dos começos mas que, no final, muitas nações se reunirão nele. É uma realidade histórica que as maiores coisas começam a partir das coisas menores. 

(1) Uma ideia que pode chegar a mudar a civilização pode começar com um homem. No Império Britânico, William Wilberforce foi o responsável pela libertação dos escravos. A ideia da libertação lhe ocorreu quando leu uma exposição sobre o tráfico de escravos escrita pelo Thomas Clarkson. Era íntimo amigo do Pitt, o primeiro-ministro. Um dia estava sentado com o Pitt e George Greenville no jardim de Pitt, em Hollywood. Era uma cena muito bonita, com o Vale de Keston que se abria frente a eles, mas os pensamentos do Wilberforce não estavam nas belezas do mundo mas em suas manchas. De repente Pitt se voltou para ele e lhe disse: "Wilberforce, por que não apresenta um relatório sobre uma moção sobre o tráfico de escravos?" A idéia ficou semeada na mente de um homem, e essa ideia mudou a vida de milhares e milhares de pessoas. A ideia deve encontrar um homem para poder possuí-lo. Mas quando uma ideia encontra um homem começa uma corrente que não se pode deter com nada. 

(2) Um testemunho deve começar com um homem. Cecil Northcott, relata em um de seus livros a forma em que um grupo de jovens discutia sobre o modo em que devia propagar o evangelho. Falavam sobre a propaganda, a literatura, e todos os métodos que se podiam empregar para disseminar o evangelho no século vinte. Então falou a moça que vinha da África: "Quando queremos enviar o cristianismo a uma de nossas aldeias não lhes enviamos livros", disse. "Levamos uma família cristã para viver na aldeia e convertem a aldeia ao cristianismo pelo mero fato de viver nela." Em qualquer grupo ou sociedade, em qualquer escola ou fábrica, loja ou escritório mais de uma vez aconteceu que o que fez chegar o cristianismo ao grupo foi o testemunho de um indivíduo. O homem ou a mulher que está inflamado de amor por Cristo é quem acende a faísca em outros. 

(3) Uma reforma começa com uma pessoa. Uma das grandes histórias da Igreja cristã é a de Telêmaco. Telêmaco era um ermitão no deserto mas algo lhe disse – o chamado de Deus – que devia ir a Roma. Foi a Roma. Em teoria esta cidade era cristã mas continuavam celebrando-as lutas entre gladiadores nas quais os homens lutavam entre si e as multidões desfrutavam ao ver o sangue correr. Telêmaco se encaminhou para as lutas. Havia oitenta mil pessoas presentes. Sentiu-se horrorizado. Acaso estes homens que se matavam entre eles não eram também filhos de Deus? Saltou de seu assento na arena e ficou de pé em meio dos gladiadores. Empurraram-no para um lado. Voltou. A multidão ficou irada e começou a lhe lançar pedras. Voltou a ficar entre os gladiadores com dificuldade. Ouviu-se a ordem do prefeito; brilhou o aço de uma espada e Telêmaco morreu. E de repente se fez silêncio; de repente a multidão percebeu o que tinha acontecido, um homem santo jazia morto. Algo aconteceu em Roma nesse dia, porque não houve mais luta entre gladiadores. Um homem só tinha produzido algo por meio de sua morte que limpou o pecado do império. Alguém deve começar uma reforma; não é necessário que comece em uma nação, pode começá-la em sua casa ou em seu lugar de trabalho. Começada essa reforma, ninguém sabe onde pode terminar. 

(4) Mas esta foi uma das parábolas mais pessoais que Jesus proferiu. Em algumas ocasiões seus discípulos devem ter-se sentido desesperados. Seu grupo era tão pequeno e o mundo era tão imenso. Como poderiam chegar a triunfar e transformar o mundo? Entretanto, algo entrou neste mundo junto com Jesus. Hugh Martin cita H. G. Wells: "Sem dúvida é a figura dominante na história... Um historiador sem nenhuma inclinação teológica precisa descobrir, forçosamente, que não pode mostrar o progresso da humanidade de modo honesto se não der um lugar de destaque ao mestre sem um centavo de Nazaré." 

Nesta parábola, Jesus diz a seus discípulos, assim como a seus seguidores de todos os tempos, que não devem desiludir-se, que cada um deve servir e dar testemunho em seu lugar, que cada um deve ser o pequeno começo a partir do qual cresce o Reino até que todos os reinos da Terra se transformem afinal no Reino de Deus. 

Quem é Jesus para você? (Prof. Anísio Renato de Andrade)


Deus amou o mundo (e isto inclui você), e por isso enviou Jesus Cristo ao encontro da humanidade. Sua vinda à terra foi um marco definitivo e indelével na história. Todo ser humano está agora comprometido de alguma forma com a pessoa de Cristo. Não adianta querer ignorá-lo. De fato, só existem duas atitudes possíveis em relação a ele : aceitação ou rejeição. Em outras palavras, compromisso ou oposição. Nesse caso, não existe neutralidade. Quem ainda não aceitou a Cristo, já o tem rejeitado.

Meditemos um pouco em alguns versículos bíblicos : "A pedra que os edificadores rejeitaram, tornou-se a pedra angular." (Lucas 20.17). "Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida, preciosa; e quem nela puser sua confiança não será confundido. Para vós, portanto, que tendes crido, cabe a honra. Mas, para os incrédulos... pedra de tropeço." (I Pedro 2.6-8). Na primeira citação, o próprio Jesus fala de si mesmo, comparando-se a uma pedra. No segundo texto, o apóstolo Pedro se refere a Cristo, comparando-o também a uma pedra que foi rejeitada pelos edificadores. De fato, a história nos mostra que Jesus veio e foi assassinado pelos religiosos e governantes da época. No entanto, Deus o constituiu como pedra angular, ou seja a principal sustentação daqueles que nele crêem. Contudo, para os que o rejeitam, Cristo se torna pedra de tropeço.

Aqueles que não forem salvos por Cristo serão condenados por ele. A Bíblia nos mostra que Jesus é hoje um advogado, pronto para receber todos os pecadores que, arrependidos, queiram o perdão (I João 2.1). Porém, um dia ele virá à terra como um justo juiz para julgar os vivos e os mortos. Aí então, não haverá mais misericórdia.

Decida-se hoje. Rogue a Deus pelo perdão dos seus pecados e por uma vida diferente, de compromisso e comunhão com Cristo. Assim, quando ele voltar, você poderá recebê-lo de braços abertos. Não precisará se esconder, pois todos os seus pecados já estarão purificados. Daí em diante, seguir-se-á a vida eterna ao lado do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

11 de abr. de 2020

A manifestação do reino de Deus. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


Em seus ensinamentos, Jesus falava sempre sobre o Reino de Deus. Muitos que o ouviram pensavam que o assunto era de cunho político e perguntavam sobre quando e como se manifestaria tal reino. A um desses questionamentos, Jesus respondeu: "O Reino de Deus não vem com aparência exterior, nem dirão ei-lo aqui ou ei-lo ali, porque o Reino de Deus está dentro de vós." (Lc. 21.17.18).

Assim, Jesus mostrou como ocorre a manifestação do reino de Deus: de dentro para fora. Antes que a vontade de Deus seja feita no mundo e o seu domínio alcance as nações, isto deve ocorrer dentro de nós. Isto significa atitudes, sentimentos e pensamentos moldados de acordo com a vontade de Deus.

Devemos tomar cuidado para que o cristianismo em nossas vidas não seja apenas aparência. Jesus chamou os fariseus de "sepulcros caiados", que, por fora, são bem cuidados mas, por dentro, estão cheios de podridão. Aqueles religiosos gostavam de orar em público, mas não oravam em casa. Se os nossos atos religiosos são praticados nas reuniões da igreja, mas em casa não oramos, não lemos a Bíblia, não louvamos a Deus, isto significa que temos aparência de cristãos mas a nossa essência é questionável.

Paulo advertiu Timóteo sobre pessoas que teriam aparência de zelo espiritual, mas, intimamente, estariam cultivando males terríveis, como o ódio, o egoísmo e a soberba (2 Tm.3.1-6).

O Reino de Deus começa dentro de nós, libertando nossos corações de todo mal.

7 de abr. de 2020

Liberdade espiritual. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


"Estai pois firmes na liberdade com que Cristo vos libertou e não tornai a meter-vos debaixo do jugo da servidão." (Gálatas 5.1).

O apóstolo Paulo fez essa advertência aos cristãos da Galácia. Se fomos libertos por Cristo, se ele nos libertou das mãos de Satanás, se ele nos livrou de tantos males, a Palavra de Deus nos alerta para que não nos escravizemos novamente. Precisamos manter nossa liberdade espiritual.

Algumas vezes temos a tristeza de saber que algumas pessoas abandonaram a fé, retornando a uma vida de pecado. Tornaram-se novamente escravas do diabo. Isso pode parecer incrível, mas o próprio Jesus disse que os demônios que dominavam alguém podem voltar trazendo outros com eles (Lucas 11.24-26). O último estado dessas pessoas torna-se pior do que o primeiro.

Na história do povo de Israel, notamos períodos de cativeiro que se revezavam com atos divinos de libertação. Observe o que diz o Salmo 126, versículos 1 e 4: "Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltavam a Sião, estávamos como os que sonham... Torna a trazer-nos do cativeiro, Senhor..." O povo já havia sido liberto, mas caiu novamente nas mãos do inimigo.

Façamos uma retrospectiva bíblica da história de Israel: O povo esteve cativo no Egito durante 430 anos. Deus o libertou. Chegando em Canaã, os países vizinhos se revezaram para explorar e abater os israelitas. O livro dos Juízes nos mostra uma sucessão de opressões e libertações. Mais tarde, a Assíria levou uma parte dos israelitas para o cativeiro. Depois, a Babilônia escravizou as tribos restantes. Passados os 70 anos de cativeiro babilônico, Deus libertou o seu povo novamente.

Vemos que Israel viveu entre cativeiros e libertações. Esta, porém, não era a vontade do Senhor para eles, e também não é para nós. Deus não quer que os que hoje são libertos por ele voltem amanhã dizendo: "liberta-nos de novo!" Por quê essas derrotas aconteciam? Devido ao pecado dos israelitas, principalmente por causa da idolatria (Salmo 106.34-45).

Como podemos manter nossa liberdade espiritual e não cair nas mãos do inimigo?

Em primeiro lugar, é preciso compromisso com Deus. Qualquer pessoa pode ser liberta ou receber uma benção. Entretanto, se essa pessoa não assume um compromisso de ser um cristão, os demônios voltarão a dominá-la. É por isso que muitas pessoas caem endemoninhadas todas as vezes que comparecem a um culto.

Em segundo lugar, é preciso vigilância. Para nos escravizar, o diabo nos oferece alguma coisa. Vejamos alguns exemplos: Depois de conseguir a libertação para o seu povo, Gideão foi derrotado pela tentação das riquezas materiais (Juízes 8.24-27). Sansão, por sua vez, foi derrotado pela prostituição com Dalila que, depois de descobrir seu segredo, cortou-lhe os cabelos (Juízes 16.1,19).

Podemos ver que Satanás usa a estratégia de acordo com a fraqueza de cada pessoa. Precisamos ficar vigilantes e recusar as propostas que nos chegam de todos os lados buscando nossa queda. Depois que Sansão foi derrotado, tornou-se motivo de zombaria no templo dos filisteus. O desejo do inimigo é nos ver caindo e sendo motivo de escarnecimento. O desejo de Deus, entretanto, é que nos mantenhamos livres, vencedores e assim possamos ajudar na libertação de outras pessoas.

5 de abr. de 2020

Avivamento. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


Na carta à igreja de Éfeso, o Senhor Jesus diz: "Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência... Trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste... Tenho porém contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste e arrepende-te." (Apocalipse 2.2-5). 

Aqueles irmãos tiveram um início glorioso em sua experiência com Deus. A epístola de Paulo aos Efésios nos dá a entender que aquela igreja não era problemática, como a de Corinto por exemplo. Os efésios eram espirituais, entusiasmados e abençoados no princípio.

Contudo, o tempo passou e algo mudou. Aparentemente, tudo estava como antes: as obras continuavam a todo vapor. A igreja de Éfeso era muito ativa e trabalhadora. Entretanto, a essência estava comprometida. Havia muito trabalho e pouco amor; muita atividade humana e pouca unção do Espírito.

Veio então a palavra do Senhor com o objetivo de avivar a sua igreja. E o que é avivamento? É renovação. É reanimar. É dar vida. Avivamento não é sinônimo de barulho, música agitada, palmas e gritos. Tudo isso pode, eventualmente, ocorrer em nossos cultos, mas o avivamento legítimo é o resgate de valores espirituais outrora abandonados.

Seu fundamento está firmado em três fatores indispensáveis: estudo da Bíblia, oração e arrependimento. Esses elementos "movem a mão de Deus" a favor do seu povo. Esta afirmação é fiel e digna de crédito porque o Senhor está comprometido com a sua Palavra, prometeu ouvir nossas orações e não rejeita um coração contrito e arrependido (Salmo 51). Não podemos, porém, separar esses três pontos. Palavra sem oração pode resultar em intelectualismo e heresia. Oração sem arrependimento do pecado não produz nenhum efeito. E arrependimento, sem um confronto com a Palavra de Deus, é impossível, pois é a Bíblia que nos mostra nossas falhas, enquanto o Espírito Santo nos convence.

É bom lembrar o que diz em II Crônicas 7.14: "E se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra."

No contexto em que esse versículo foi escrito, sarar a terra significava fazer cessar as pragas na lavoura, enviar a chuva, que estava tão escassa, e fazer com que houvesse grande produção no campo e no rebanho. Assim, a vida do povo seria beneficiada em todos os aspectos.

Isto é avivamento. Deus tira as pragas e maldições e derrama a sua bênção. Tudo começa com estudo da Bíblia, oração e arrependimento, e culmina com bênçãos sem medida. Seus principais efeitos na igreja são: renovação do nosso entusiasmo pela obra de Deus, grande número de conversões, manifestações de dons espirituais, despertamento de novos ministérios, além de bênçãos pessoais diversas.

Tudo isso é resultado do mover do Espírito Santo, que muitas vezes fica bloqueado pelos nossos pecados e pela nossa negligência.

Louvamos ao Senhor porque estamos notando a operação do Espírito de Deus em nossos dias. O resultado está aí. A obra está acontecendo. Vidas estão se convertendo e a igreja está crescendo. Meu irmão, não fique fora das águas do Espírito. O Senhor está operando. Não pensemos, porém, que o que temos visto é tudo. De modo nenhum! Isto é apenas uma pequena amostra do que Deus quer fazer no nosso meio. Vamos buscar ao Senhor cada dia mais. Assim, veremos a glória de Deus se manifestando. Aleluia! Avivamento já!

A crise das dúvidas. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


"E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos a dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho." (Mateus 11.2-5).

João Batista foi o maior dentre os nascidos de mulher. Quem fez essa declaração foi o próprio Jesus. Contudo, o grande João duvidou de Cristo. Isso aconteceu quando ele estava preso, aguardando sua execução. Imagine-se no lugar de João Batista. Ele havia anunciado publicamente que Jesus era o Salvador. Agora, estava preso, condenado à morte, e Jesus não tomou nenhuma providência para libertá-lo. Daí surgiu a dúvida. Será que esse Jesus é mesmo o Messias prometido? Por quê então ele não me tira desta prisão?

Quando estamos passando por problemas graves e não somos atendidos pelo Senhor, muitas vezes começamos a duvidar da sua palavra ou do seu amor para conosco. De acordo com o nosso pequeno entendimento, achamos que Deus deveria agir em nosso favor desta ou daquela maneira. Porém, ele tem os seus propósitos e, na maioria dos situações, nem chegamos a conhecê-los ou entendê-los.

Talvez você esteja questionando como Gideão: "Se o Senhor é conosco, por quê tudo isso nos sobreveio?" (Juízes 6.13). Se o Senhor me ama, por quê ele não me deu isso ou aquilo? Se o Senhor está comigo, por quê ele não me livrou desse ou daquele problema? Algumas perguntas nunca terão respostas. Observe que Jesus não respondeu à pergunta de João Batista, assim como o Anjo do Senhor não respondeu à pergunta de Gideão.

O recado que Jesus mandou para João era que muitos milagres estavam acontecendo. Jesus não libertou João, mas estava curando enfermos, ressuscitando mortos e anunciando o evangelho. Saiba o seguinte: o propósito de Deus está sendo executado. Isso é o que importa. Que seja feita a vontade dele e não a nossa. Ele é o Senhor. Nós somos apenas servos. Deus tem um plano soberano e esse plano está em plena execução. Ele não está a serviço dos nossos interesses individuais, embora possa fazer todas as coisas.

Podemos clamar para que o Senhor nos livre e nos dê o que precisamos. Entretanto, devemos continuar a servi-lo ainda que ele não nos livre. (Daniel 3.17-18). Se ele não nos atender em alguma situação, é porque tem um propósito nisso. Já pensou se Deus atendesse todas as nossas orações? Não seríamos mais tentados. Não seríamos mais provados. Não teríamos nenhum tipo de problema na vida. Aliás, não precisaríamos nem ir para o céu, porque aqui já seria um lugar celestial, com direito a coral de anjos e tudo mais. Por outro lado, não teríamos o crescimento espiritual nem a maturidade que as tribulações produzem.

As dúvidas surgem quando nossas expectativas em relação ao cristianismo não se concretizam. Porém, muitas vezes essas expectativas estão erradas. É o caso de quem espera que o evangelho venha lhes trazer muito dinheiro, muita prosperidade material e a satisfação de todos os seus desejos pessoais. O propósito do evangelho é a salvação das almas. Se Deus nos dá mais alguma coisa, é "brinde".

Chegará o dia quando nossos problemas terminarão. Por enquanto, convém lembrar o que Jesus disse: "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." Sabemos, porém, que muitas vezes o Senhor nos atende, nos livra e nos proporciona momentos de refrigério para as nossas almas.

3 de abr. de 2020

Rute decide-se por Deus. (C. H. Spurgeon)


"Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus" (Rt 1:16)

Esta é uma heroica e franca confissão de fé e foi feita por uma mulher jovem, pobre, viúva e estrangeira.

I - A AFEIÇÃO PELO PIEDOSO DEVE INSPIRAR-NOS À PIEDADE
   Muitas forças se combinam para efetivar isso:
   a) Há a influência do companheirismo: devemos ser afetados por pessoas piedosas, mais do que por pessoas más, desde que nos submetemos à sua influência.
   b) Há a influência da admiração. Imitação é o mais sincero louvor; seguimos aquilo que nos favorece. Portanto, imitemos os santos.
   c) Há a influência do temor da separação. Seria horrível estarmos eternamente separados dos entes queridos que buscam nossa salvação; é doloroso, inclusive, ter de deixá-los participando da mesa do Senhor, e nós, não.

II -  AS RESOLUÇÕES PIEDOSAS SÃO PROVADAS
   a) Por implicar pagar o preço. Vocês mesmos terão de separar-se de seus amigos, como fez Rute. Terão de partilhar a sorte do povo de Deus, como Rute partilhou com Noemi (Hb 11:24,26)
   b) Pelos deveres implícitos da religião. Rute deveria trabalhar nos campos. Algumas pessoas orgulhosas não se sujeitam às normas da casa de Cristo, nem aos regulamentos da vida diária dos crentes.
   c) Pela aparente frieza dos crentes. Noemi não a persuadiu a ficar com ela, mas ao contrário. Ela era mulher prudente e não queria que Rute viesse com ela por persuasão, mas por convicção.

III - TAL PIEDADE DEVE ESTAR PRESENTE, PRINCIPALMENTE NA ESCOLHA DE DEUS
   a) Essa é a possessão distintiva do crente. "Teu Deus é o meu Deus".
   b) Seu grande artigo de fé. "Creio em Deus".
   c) Sua confiança e constância (Rt 2:12). "Este é Deus, o nosso Deus para todo o sempre, ele será nosso guia até a morte" (Sl 48:14)

IV - MAS A PIEDADE DEVE IMPLICAR A ESCOLHA DE SEU POVO
   Um parente próximo está entre eles. O verdeiro Boaz está disposto a levar-nos para si próprio, e redimir a nossa herança. Façamos uma escolha deliberada, humilde, firme, alegre, imediata a favor de Deus e de seus santos, aceitando a hospedagem deles neste mundo e indo aonde quer que eles vão.

O ex-escravo convertido manifestou expressão feliz à sua decidida adesão a Cristo quando disse: "Já passei o ponto donde não se pode voltar mais. Vou direto para o meu lar no céu. E se você não me encontrar no primeiro dos doze portões lá em cima, dá uma olhada no seguinte, pois eu tenho de estar lá". Ah! Quem dera ter milhares assim, em nossas congregações; pois por falta de fé, eles nunca poderão chegar ao ponto de onde não se volta mais.

O poder do caráter cristão, que se irradia na face, no aspecto e nas palavras de um crente, está ilustrado de modo belíssimo no seguinte incidente: Um afegão, em certa ocasião, passou uma hora em companhia do Dr. William Marsh, da Inglaterra. Quando ouviu que o Dr. Marsh falecera, disse: "Sua religião agora será a minha religião; seu Deus será o meu Deus; pois devo ir para onde ele foi, e ver de novo a sua face".

Sei que seus panos de saco e cinzas são melhores do que as risadas do tolo (Rutherford).

Se o povo de Deus não se envergonhar de nós, não precisaremos envergonhar-nos deles. Eu não gostaria de ir a uma reunião pública, disfarçado de ladrão; prefiro minhas próprias roupas, e não posso entender como há crentes que podem conduzir-se com vestimentas mundanas.


O pecado da idolatria. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


Idolatria é trocar Deus por outra coisa ou pessoa, é adorar a um falso deus.

Todas as pessoas de todas as religiões devem ser respeitadas, amadas e devem ter o direito de expressar suas crenças e opiniões. No entanto, não é em nome do amor que vamos deixar de dizer a verdade. Isto seria uma contradição. A Bíblia fala do amor de Deus a toda a humanidade, independente de suas religiões (João 3.16). Contudo, ela fala também contra o pecado e contra as doutrinas erradas, mostrando que o caminho do erro leva ao inferno (Gálatas 5.19-21 e Apocalipse 22.15). Logo, devemos amar e também mostrar o erro. Devemos mostrá-lo polidamente, como é próprio do amor. No Velho Testamento, por exemplo, Deus fala contra aqueles que adoravam imagens de escultura e proibiu o seu próprio povo de fazê-las com o objetivo de se prostrarem diante delas (Êxodo 20:1-5; Isaías 40.18-20; Isaías 44.9-20; Isaías 45.20). Deus condenou também a invocação aos mortos (Deuteronômio 18.9-14). 

O pecado da idolatria é um dos mais combatidos pelos profetas da Velha Aliança. Enquanto que os outros pecados, em geral, são ofensas contra Deus, a idolatria configura-se como abandono ao verdadeiro Deus. Pensemos, por exemplo, em uma vida conjugal. Marido e mulher podem, eventualmente, se ofenderem e se magoarem e tudo pode ser resolvido na maioria das vezes. O adultério, porém, é uma ofensa totalmente distinta das outras, porque vai contra o vínculo matrimonial e afronta seus compromissos basilares. Logo, na vida conjugal, o adultério é o mais grave pecado. A Bíblia compara a idolatria com o adultério. O povo de Deus é muitas vezes mencionado como "esposa" do Senhor. Essa expressão foi usada no Velho Testamento em relação à nação de Israel, e, no Novo Testamento, referindo-se à igreja. Quando o povo de Deus vai atrás de outros deuses, isto é considerado uma traição, ou um tipo de adultério espiritual. (Ezequiel 16; Ezequiel 23; Oséias 1.2; Oséias 3.1; Jeremias 3; Tiago 4.4-5).

Essas praticas são alguns dos grandes erros doutrinários de vários segmentos religiosos. Sabemos que muitos dos santos adorados hoje foram, de fato, pessoas santas, servos de Deus, dignos de serem imitados. Porém, morreram, e não ressuscitaram. Quando alguém lhes dirige uma oração, está fazendo uma invocação aos mortos, o que Deus proibiu e condenou. Tais fiéis, pessoas sinceras e bem intencionadas, deveriam estar fazendo seus pedidos a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). Jesus mesmo nos ensinou a orar direto ao "Pai nosso". Dizem que os santos intercedem pelos vivos. Mas, o que diz a Bíblia? Jesus é o único mediador entre Deus e os homens, conforme está escrito na primeira epístola de Paulo a Timóteo (2.5). Isto, porque Jesus foi o único que morreu na cruz para nos salvar do inferno, tomando sobre si o castigo pelos nossos pecados. Jesus e o Espírito Santo são os únicos que intercedem por nós diretamente diante do Pai (Isaías 53.12 e Romanos 8.26). É verdade que as pessoas vivas intercedem umas pelas outras, mas os mortos não intercedem por ninguém. Está escrito que os mortos não tem parte alguma no que sucede debaixo do sol (Eclesiastes 9.5-6). Eles não participam, não vêem, não ouvem orações, não intercedem, nem interferem.

Logo, vemos a invocação aos santos como idolatria e politeísmo. O apóstolo Paulo, quando estava vivo, não admitiu que ninguém o adorasse nem se prostrasse diante dele (Atos 14.11-15). Se hoje ele pudesse falar a todos quantos o invocam e veneram como santo, talvez ele repetisse suas palavras do texto de Atos: "Por quê fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós!"

Quando o apóstolo João, inadvertidamente, se prostrou diante de um anjo, este o repreendeu dizendo : "Não faças tal coisa. Sou teu conservo... Adora a Deus!" Só diante de Deus devemos nos prostrar. Somente a ele devemos dirigir nossas orações. "Ao Senhor teu Deus adorarás e somente a ele darás culto." (Mateus 4.10). Devemos adorar ao Criador e não à criatura. (Romanos 1.21-25).

(Outras referências bíblicas sobre o tema : Jeremias 10.1-16 Ezequiel 22.3-4 Salmo 115.1-8).

O perfume precioso. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


Estando em casa de Simão para o jantar, Cristo foi homenageado por uma mulher, chamada Maria, que derramou sobre ele todo o nardo contido em um vaso de alabastro. Toda a casa se encheu daquele perfume maravilhoso, atraindo a atenção de todos os presentes, inclusive dos discípulos, que disseram: "Que desperdício! Poder-se-ia vender este perfume e dar o dinheiro aos pobres." Ao que Cristo respondeu: "Aos pobres, sempre tendes convosco, mas a mim, nem sempre tereis." (Mateus 26)

Tal episódio de rara beleza nos impressiona e ensina. O ato de Maria surpreendeu a todos e até hoje surpreende. Jesus disse que onde o evangelho fosse pregado, aquela ação seria mencionada.

Naquele tempo, era comum as jovens fazerem suas economias para comprarem o nardo, um perfume muito caro. A essência ia sendo juntada em um vaso afim de ser utilizada na noite de núpcias. Pensando nesses detalhes, notamos o quanto era importante aquele vaso de perfume para sua possuidora. Representava sua economias, talvez até realizadas com sacrifício, e simbolizava também seus sonhos, seus ideais referentes ao matrimônio e à família. Quanto valor colocado e representado por um vaso de perfume!

O que Maria fez? Derramou todo aquele perfume sobre Cristo. Isso foi mais do que uma homenagem, foi uma entrega total. É como se ela dissesse: "Senhor, eu entrego a ti tudo o que sou. Eu entrego o melhor que possuo, meus sonhos, meus desejos, meus ideais, meus planos e objetivos." Foi um ato de dedicação absoluta. Notamos que ela não derramou um outro líquido que pudesse ser mais barato e conseguido com mais facilidade, como água, por exemplo. Maria deu o que ela possuía de mais precioso. Isso nos ensina a dar o melhor para Deus, fazer o melhor para ele, mesmo que nos custe um preço alto.

O ato de "derramar" nos traz três lições:

Dedicação exclusiva - Tendo derramado todo o perfume sobre Jesus, Maria não poderia mais prestar essa homenagem a outra pessoa. Tendo o compromisso que temos com Cristo, não podemos tê-lo com um ídolo. Nada restou do nosso perfume que possa ser dado a um outro deus.

Dedicação sem reservas - Ela não guardou um pouco do perfume para si mesma. Não haverá nenhuma área da nossa vida que não esteja sob o domínio do Senhor. Somos dele por completo.

Dedicação sem retorno - Uma vez derramado, o perfume não podia ser retomado ou recuperado. Não vamos, amanhã ou depois, pedir ao Senhor que nos devolva o que lhe entregamos. Não vamos desistir da nossa aliança com ele. Se derramamos nossa alma diante do Senhor não vamos tomá-la de volta. Nosso vínculo com Jesus é um casamento sem divórcio. Assim deve ser nossa dedicação ao Senhor. Entreguemo-nos completamente e definitivamente.

Aquele aroma maravilhoso se propagou pela casa e atingiu a todos. Assim é o efeito do testemunho silencioso de uma vida derramada na presença de Deus. Mesmo os que quiserem ignorá-la não poderão. Diante daquele exemplo de desprendimento, alguns disseram: "Que desperdício!" Essas palavras poderão ser ouvidas ainda hoje por aqueles que se dedicam ao Senhor. Alguém poderá dizer que estamos desperdiçando nosso tempo, nosso dinheiro, nossa juventude, nossa vida, etc.. Entretanto, nossa dedicação a Deus não é desperdício, é investimento. Tudo o que entregamos ao Senhor será como uma semente lançada ao solo. O ato de semear pode parecer um desperdício. Parece que o semeador está jogando fora as sementes. Porém, no dia da colheita, o trabalhador se alegra com o fruto do seu labor.

Naquele instante, até os pobres foram lembrados. O discurso daqueles defensores dos pobres parece até uma tese da Teologia da Libertação. O fato é que qualquer argumento será usado por aqueles que querem tirar nossa atenção do Senhor. Muitos querem que desviemos nossa visão de Jesus para nos dedicarmos a outras causas, que podem até ser nobres e feitas em nome de Cristo, mas não devem tomar o lugar de Deus em nossas vidas. É verdade que, quando ajudamos aos pobres, estamos fazendo a obra de Deus, e devemos fazê-lo, mas isso não substitui uma experiência pessoal com Jesus Cristo. O amor ao próximo é importante, mas não é tudo. O primeiro mandamento é o amor a Deus. Logo, se alguém vive se dedicando ao trabalho social, mas não é convertido nem obediente a Deus, está praticando obras mortas, sem valor espiritual. As obras de caridade não têm o poder de salvar ninguém. Contudo, se somos convertidos e fazemos boas obras, estas têm grande valor e por elas seremos recompensados. Notemos que Jesus não condenou a ajuda aos pobres. Ele disse que sempre teríamos os pobres conosco. Assim, poderíamos ajudá-los sempre. Entretanto, esta ajuda não substitui nosso culto e dedicação da vida ao Senhor através de um compromisso de obediência. Essa questão atinge também àqueles que acham que podem deixar de contribuir na igreja afim de ajudarem lá fora a quem precisa. Na realidade, as duas coisas são importantes e devem ser tratadas na ordem correta de prioridades.


O que nós estamos dando ao Senhor? Como estamos trabalhando pelo seu reino? Que Deus nos ajude a alcançar o nível de fazermos o melhor, de entregarmos o melhor e de colocarmos o Senhor acima de tudo em nossas vidas. Dessa forma, o bom perfume de Cristo será sentido em todos os lugares onde estivermos.

1 de abr. de 2020

Fidelidade até a morte. (Prof. Anísio Renato de Andrade)


Em Apocalipse 2.10 está escrito : "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida." Ser fiel é manter o compromisso, fazendo o que se deve fazer e evitando o que se deve evitar. Ser fiel a Deus é procurar sempre viver de acordo com a sua vontade, praticando o bem e evitando o erro. Se, eventualmente, cometemos algum pecado, devemos suplicar o perdão e voltar ao procedimento cristão. Nesse caso, caímos no meio do caminho, mas nos levantamos e continuamos na direção certa. Entretanto, existem aqueles que abandonam a vida cristã, assumindo uma postura de infidelidade deliberada. Estes desistiram, desviaram-se do caminho da salvação.

Será que nós, que hoje servimos ao Senhor, estaremos fora do seu caminho amanhã? Até onde você está disposto a ir com Cristo? Até quando você será fiel a ele? "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida."

O caminhar com Cristo nos leva a lugares diversos, a situações diversas. Pensemos, por exemplo, na caminhada dos discípulos com o Mestre. No início, tudo era agradável; Jesus transformou a água em vinho, multiplicou pães e peixes, curou enfermos, ressuscitou mortos, libertou os oprimidos, etc. Que maravilha! Como é bom andar com Jesus! Mas o tempo foi passando e as circunstâncias foram ficando difíceis. Muitas pessoas foram se levantando contra Jesus e contra os seus discípulos. Fariseus, saduceus, escribas, sacerdotes, líderes políticos, muitos passaram a perseguir o Senhor Jesus, e tudo isso culminou com a sua crucificação.

Andar com Jesus é muito bom, pois esse é o caminho da salvação e da vida eterna, mas no meio dessa estrada existe uma cruz. Os discípulos não esperavam por isso, não contavam com esse lado da vida cristã. Por isso, quando Jesus foi preso, todos os discípulos fugiram. O cristianismo não se constitui apenas das bênçãos que recebemos de Deus. Existe uma cruz no meio do caminho. Cada um de nós tem a sua cruz. Isto significa toda situação difícil em que somos tentados a fazer prevalecer nossa vontade própria em detrimento dos princípios cristãos. Se escolhemos a vontade de Deus, mesmo em meio ao sofrimento, então crucificamos a nossa carne com suas paixões e concupiscências e permanecemos em nossa posição de fidelidade ao Senhor.

Ser fiel a Deus no meio das bênçãos é muito fácil. Ele espera que sejamos fiéis também no momento da dificuldade. Nossa fidelidade deve ser incondicional. Se Deus nos abençoar seremos fiéis. Se ele não nos abençoar em determinada situação, devemos continuar sendo fiéis. Se Deus nos curar ou não curar; se ele atender nossa oração ou não atender; de qualquer maneira nossa fidelidade deve continuar a mesma. Essa foi a determinação de Mesaque, Sadraque e Abedenego. Se Deus os livrasse da fornalha ou não livrasse, de qualquer modo eles não adorariam à imagem construída por Nabucodonozor. Permaneceriam fiéis a Deus.

Vejamos algumas situações em que nossa fidelidade é colocada em prova:

1- Fraquezas e desejos pessoais. Muitas pessoas abandonam a vida cristã sem nem mesmo terem sido tentadas pelo Diabo. Caíram sozinhas. Foi sua própria inclinação carnal que as conduziu à queda. É o caso daqueles que usam qualquer motivo para abandonar o evangelho.

2 - Tribulações, tentações, provações e perseguições. Todos esses elementos podem ser reunidos na seguinte frase: momentos em que fica difícil ser cristão. As pessoas estão contra nós, ou as oportunidades nos sugerem que tudo ficaria mais fácil se negássemos nossa fé e renunciássemos ao nosso compromisso com Deus. Nessa hora, o Diabo pode estar agindo para que desistamos da nossa fidelidade. E Deus espera que fiquemos firmes na vida cristã. Por um tempo determinado, Deus não interfere na situação. Ele deixa que nós decidamos por conta própria se vamos continuar a servi-lo ou não. Observe que quando a serpente tentou Eva ou quando o Diabo tentou a Cristo, Deus não interferiu.

Quando o Diabo nos tenta, ele se apresenta como um "amigo". Parece que ele quer nos ajudar. É o caso, por exemplo, quando um crente desempregado, recebe uma proposta para ganhar dinheiro com algo ilícito ou que contraria os princípios bíblicos. Nessas horas, ele nos oferece justamente o que estamos querendo ou precisando, mas, em troca, ele estará conseguindo seu objetivo: o fim da nossa fidelidade a Deus.

Quando o Diabo nos persegue, ele se mostra como realmente é: nosso inimigo. Nesse momento, vem a perseguição e novamente nossa fidelidade a Deus é colocada em prova.

Vamos resistir a todos esses desafios? Até quando seremos fiéis a Deus? Cada um deve fazer essa pergunta a si mesmo.

Como podemos ter essa fidelidade para com o Senhor? Precisamos ter, antes de 
mais nada, um propósito firme de sermos fiéis a Deus. Essa é a determinação que devemos ter. Ao invés de ficarmos determinando o que Deus deve fazer, devemos determinar é que seremos obedientes e fiéis a ele. 

Além disso, devemos adquirir uma base espiritual bem sólida através do conhecimento da Palavra de Deus, a Bíblia. "Escondi a tua Palavra no meu coração para não pecar contra ti." (Salmo 119.11). É através do conhecimento bíblico que seremos capazes de identificar as sugestões do Diabo em nossas vidas, e, assim, poderemos rechaçá-lo dizendo: "Está escrito..." Precisamos também buscar ao Senhor por meio de jejum e oração afim de termos experiências com Deus. Assim, não ficaremos apenas no nível do "cristianismo teórico ou filosófico".


Vamos reforçar nosso fundamento espiritual para que sejamos como a casa construída sobre a rocha, a qual resiste aos ventos, aos rios, à chuva e a todas as tribulações. E toda a nossa fidelidade será recompensada pelo Senhor porque ele disse: "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida." Vamos recusar as ofertas do Diabo. Sejamos fiéis ao Senhor, e a coroa da vida estará garantida na eternidade.