6 de out. de 2018

Mérito ou Graça na dispensação da Lei. (por Felipe Azevedo)

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''Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida.'' (Levítico 17:11)

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Caríssimos irmão e leitores, nesta oportunidade vamos meditar acerca da forma como era realizada a expiação pelo pecado na chamada dispensação da lei, ou mosaica, como também é conhecida. Também trarei um simples argumento a favor da graça dispensada por Deus aos homens naqueles tempos anteriores a Cristo, com base também no Novo Testamento. Para tanto, vamos usar o texto proposto no título deste artigo.
  O contexto da passagem acima proposta em Levítico, era da proibição de Deus que se comesse a carne de animais com o seu ''sangue'', tanto os usados nos sacrifícios como de uso comum. E a causa desta proibição está posta no início do versículo: ''Porque a vida da carne está no sangue'', isto é, como o sangue da vítima era a causa da sua vida natural, física, também ele representava o elemento mais precioso da criatura, e não era lícito a qualquer outro se apropriar dele, a não ser o próprio Deus que o deu, isto é, trouxe o animal à vida. Esta ordenança nos ensina duas verdades importantes: a primeira fala sobre a extrema seriedade que Deus trata a vida de suas criaturas, não somente a dos homens, mas também dos animais, os quais Ele exigia o derramamento do sangue na terra, como um sinal de que a propriedade da vida pertence aquele que a deu. Em segundo, a também extrema seriedade do pecado para Deus, visto que somente aceitaria como expiação pelo pecado humano a morte do animal, por se tratar de uma ''vida'' por outra, no derramar do sangue sobre o altar, ou seja, a vida do animal em lugar da humana, e aqui entra a segunda parte do versículo que diz: ''Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação''. O autor da Epístola aos Hebreus ratifica esta necessidade:
''Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão [de pecados].'' (Hebreus 9:22)
  Agora, como propus no título deste artigo, quero argumentar que a ênfase deste sistema de sacrifícios revelados por Deus e dados ao povo de Israel para manutenção do relacionamento sadio entre Deus e o povo, não repousa sobre os méritos humanos e sim sobre a graça Divina. Alguém irá dizer que isso é tão evidente que não necessita de uma defesa, mas não era a realidade entre a grande maioria do povo que vivia sob o regime da lei. Pois grande parte dos israelitas via no fato de terem garantidos o perdão e a benção Divina através dos sacrifícios uma brecha para se vangloriarem na sua posição e praticarem uma religião superficial. Assim testifica o profeta acerca disso:
''De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? - diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes nos meus átrios?'' (Isaías 1:11-12)
 A ênfase dos sacrifícios portanto, não repousa sobre a morte dos animais em si, mas sim sobre o fato de Deus os aceitar. O texto deve ser lido com a ênfase: ''Eu vo-lo tenho dado sobre o altar'' !! Isto é, os sacrifícios tinham a sua importância porque o próprio Deus se dispôs a aceita-los, e não sobre o fato de que o homem tem condições de oferece-lo. Os animais que eram oferecidos pertenciam a Deus bem como o próprio homem que o oferecia! Portanto, os sacrifícios oferecidos pela expiação da culpa eram pura Graça! Deus aceitava sobre o altar um animal da mão do homem, e desta maneira concedia o perdão dos pecados dele, e a atitude que era esperada por parte do homem era de uma gratidão imensurável bem como de grande temor pela graça de Deus:
''Não te repreendo pelos teus sacrifícios, nem pelos teus holocaustos continuamente perante mim. Da tua casa não aceitarei novilhos, nem bodes, dos teus apriscos. Pois são meus todos os animais do bosque e as alimárias aos milhares sobre as montanhas'' (Salmos 50:8-10)
''Nem todo o Líbano basta para queimar, nem os seus animais para um holocausto.'' (Isaías 40:16)
  ''Contigo, porém, está o perdão, para que te temam.'' (Salmos 130:4)
  Agora, pois, os sacrifícios de animais não são suficientes para apagar o pecado humano, visto que o próprio homem é quem deve sofrer a punição, e um animal não tem o mesmo valor do homem, seria necessário que um homem sofresse a punição no lugar de todos como representante legal, e este não tivesse pecado para ser aceitável a Deus, alguém que fosse capaz de sofrer a severa punição do pecado e fosse santo como Deus, e ao mesmo tempo humano em sua total natureza, um Homem-Deus! Já temos a resposta para esse dilema Divino gloriosamente revelado em Jesus Cristo:
''Tendo, pois, irmãos, intrepidez, para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne'' (Hebreus 10:19-20)
''Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate por muitos'' (Marcos 10:45)